Curadorias

Por um mundo mais DIVERSO e INCLUSIVO
Artigo de Manuela Brandão Borges

escrito por Manuela Brandão Borges

Como se relacionar com as crianças do espectro autista?

Hoje, temos 2 milhões de pessoas no espectro autista no Brasil e é bem provável que você já se relacione ou conheça alguém que tenha um filho no espectro autista. Eu conheço um: o João Pedro. Foi sua mãe, Flavia Gusmão, que me incentivou a escrever esse texto; algum tempo após tê-lo levado a uma apresentação teatral na escola do meu filho. Vejo essa experiência com o João como algo importante de ser compartilhado, já que a própria Flavia me disse que muitas pessoas ainda colocam barreiras, têm dúvidas, medos e inseguranças sobre como participar socialmente da vida dele.

Foi assim:

Em dezembro de 2019, convidamos o João Pedro para assistir à apresentação de teatro do meu filho, o Matheus. Na época os dois tinham 11 anos. Fiquei muito feliz do João Pedro ter aceitado o convite de ir ao teatro conosco, e sem a família, mas durante a experiência ficamos com dúvida de como agir.

Naquele dia, foi o pai que deixou João em minha casa e o Matheus já estava na escola. Lembro que ele esperou na sala assistindo a um programa, enquanto eu e meu marido, nos preparávamos para sair. Não demorou, chegamos à escola do meu filho e fomos para o Teatro. Como ele é um pouco tímido, não conversou muito, e por isso respeitamos o jeito dele.

Enfim, entramos no Teatro e fomos nos sentar na frente, mas o João Pedro escolheu outro lugar para se acomodar no fundo. Eu bem que tentei convencê-lo a ficar na frente junto conosco, mas ele não quis de jeito nenhum. “E agora? O que fazer?” – pensamos. Ficamos na dúvida: “a gente deve deixá-lo sozinho ou não?”. Resolvemos nos separar e, então, meu marido sentou-se com ele e eu com minha sogra, bem na frente, pois eu fiquei responsável pelas fotos. Por fim, a peça foi linda, nos divertimos muito e o deixamos de volta em casa.  Ainda assim, fiquei com aquela questão… Sem saber se tinha tomado a melhor decisão.

Na semana seguinte, encontrei com a Flavia e contei todo o episódio. Qual teria sido a melhor opção?  Agimos certo? Ela respondeu que poderíamos tê-lo deixado sentar sozinho… Teria sido uma opção. Ela também me deu um feedback ‘super positivo’ daquele encontro, e ficou feliz pela experiência do seu filho poder participar daquele momento. Comentou, inclusive, que algumas pessoas têm receio de perguntar e perdem a oportunidade de ajudar.

Sei que cada família tem uma relação diferente diante de assuntos muitas vezes desconhecidos e tão complexos do nosso dia a dia – e esse pode ser o caso –, mas é importante ser proativo dos dois lados. Explico: por um lado, as famílias que têm filhos no espectro autistas precisam falar aos que não os têm sobre como é possível ajudar, interagir, conviver e fazer tão importantes trocas no dia a dia. Por outro lado, também as pessoas próximas precisam sempre estar prontas para perguntar e, consequentemente, convidar e participar de atividades sociais conjuntas . É fundamental a inclusão de todos as pessoas no espectro autistas no nosso dia a dia, nas nossas relações, nas escolas e no trabalho. Por um mundo mais diverso e inclusivo!

Aproveito para compartilhar alguns projetos incríveis para um mundo mais diverso e inclusivo:

  • Coglifearts – inclusão pela artes no site
  • Matraquinha – é um app de comunicação para ajudar crianças e adolescentes no espectro autista link
  • Serie inclusão da diversidade neste link
  • ONG Autonomia – Autonomia para viver no site

E você? Tem uma experiência parecida ou um projeto incrível para compartilhar?

 

Artigo de Manuela Brandão Borges – Product, Strategic Marketing and Sales

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