O Vale do Silício é o lugar onde estão as maiores empresas de tecnologia e inovação que conhecemos. Na última década, elas se tornaram o sonho de trabalho de milhares de pessoas em todo o mundo – principalmente quando falamos em flexibilidade.
Porém, muitas organizações têm olhado essas práticas e achado que o que atrai os profissionais mais brilhantes são as regalias. Na verdade, o que conquista e retém o bom colaborador é o cuidado que a empresa promove com as pessoas. Inclusive, funcionários que já trabalharam no Vale concordam que o que faz a diferença é a cultura e a estrutura organizacional. Ou seja, vai além de copiar práticas que funcionam em outros lugares. Trata-se de desenvolver uma estratégia aprofundada de estruturação e reformulação da cultura.
Além disso, para alguns profissionais de RH das startups, o objetivo é construir um ambiente de trabalho em que as pessoas não passem o dia ansiando voltar para casa. Porém isso tem um lado preocupante. Por mais que o foco seja promover uma rotina mais confortável e as pessoas se sentirem bem, as práticas do Vale do Silício não respeitam muito o conceito de equilíbrio entre vida pessoal e trabalho.
Assim, quem pode ajudar muito nessa jornada de redefinição de práticas do RH é o Designer Organizacional. Esse profissional olha para o futuro e propõe estruturas e processos de trabalho que ajudem as pessoas a desenvolver melhor suas habilidades. Ou seja, colocar uma mesa de ping pong não será efetivo se não houver mudanças culturais. Assim, as inovações devem ir além da tecnologia, elas devem alcançar a forma de se relacionar dentro da empresa.
É importante, ainda, destacar que as startups têm uma característica que ajuda na retenção dos talentos: a maioria dessas empresas precisa crescer muito rápido, porém com recursos limitados. Assim elas concedem maior poder de decisão e autonomia aos colaboradores, o que é um bom estímulo para engajar as mentes mais brilhantes. No LinkedIn, por exemplo, os funcionários sempre tiveram autorização para assumir riscos inteligentes quando têm que lidar com metas ambiciosas. Essa é uma prática que pode inspirar positivamente.
Assim, vemos que a necessidade de ser disruptivo e reinventar processos é comum dentre as companhias, mas essas características precisam se estender ao setor de RH. Em algum momento dessa última década, passamos a admirar o que as startups fazem e a copiar e chamar tudo de “boas práticas”. Porém, há profissionais de RH que acreditam que essas metodologias se tratam de infantilização do trabalho e que os resultados são aquém dos esperados.
Porém, para que se conquiste os melhores indicadores, é fundamental que o profissional de RH seja empoderado. Ele deve ter a atenção dos líderes de equipe e ser respeitado como o agente capacitado que é. As empresas precisam parar de acreditar que qualquer um pode fazer o trabalho dos recursos humanos, bem como entender que ambiente descontraído não é, por si só, sinônimo de colaborador engajado.
Dessa forma, o RH precisa ter posicionamento na formulação de estratégias organizacionais e por outro lado a alta gestão da companhia precisa olhar e ouvir a fala de RH à frente de todas as demais lideranças. O que vemos na realidade é o movimebto contrário, ouse já a bipolarização, em que de um lado há os fundadores e os executivos e do outro os gênios da tecnologia, e no “meio” ficam os setores que acabam sendo tratados como pouco mais do que dígitos descartáveis. E é nesse “limbo” que se encontra o RH. Precisamos mudar esse estado atual.