Sempre houve muita especulação sobre a relação entre o tempo gasto no escritório e a produtividade do funcionário. Para tirar a prova, a Microsoft do Japão reduziu a semana de trabalho para quatro dias úteis, o que rendeu um aumento de 40% na produtividade – principalmente porque os colaboradores tentavam eliminar distrações para entregar o trabalho em um dia a menos.
Apesar do resultado positivo neste caso, há muitos outros fatores a considerar antes de implementar uma redução de horas de trabalho em uma empresa. Até porque uma estratégia como essa afeta diretamente a cultura organizacional.
Porém, dados e estudos indicam que o trabalho excessivo não é saudável para o funcionário e nem para a companhia. Veja quais são os pontos negativos desta prática:
Síndrome de Burnout
Burnout é uma síndrome causada pelo alto nível de estresse no trabalho, o que acarreta exaustão, desmotivação pessoal e afastamento da família e amigos. Muito falada na mídia nos últimos anos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) a considera como um grande problema no mundo profissional desde o final dos anos 1990.
Um estudo da organização estadunidense Yellow Brick, que atua com pessoas abusadas, indicou que 96% dos millennials sofrem dessa síndrome e que 53% deles chegam a faltar do trabalho por isso. Sem contar que ela descobriu que muitos passam períodos de férias trabalhando ou ligados de alguma forma à empresa em que trabalham.
Ou seja, qualquer profissional com burnout é negativo para a produtividade e, se falarmos em C-level (níveis altos de estresse), o impacto pode ser visto diretamente nos produtos e serviços oferecidos, assim como nos rendimentos financeiros.
Perda de foco
É comum que um profissional acredite que mais horas trabalhadas representa mais produtividade. Na verdade, o comum é acontecer exatamente o oposto: há uma queda de produção quando se trabalha muito, porque é mais fácil perder o foco.
Um profissional que trabalha por 12 horas costuma render, de verdade, apenas seis horas. Em outras palavras, se ele trabalhasse apenas neste período de foco, não só ofereceria melhores resultados como teria uma saúde mental mais saudável.
Uma série de estudos com equipes diversas indica que, na rotina padrão de trabalho das empresas, um funcionário para de render por volta das 17h. Após esse horário muitos costumam apenas resolver problemas menores, que demandam menos concentração e energia.
Distrações
Quanto mais tempo se passa trabalhando (ou achando que está trabalhando), mais abertura um funcionário dá às distrações, seja no escritório ou mesmo em casa.
A produtividade é real quando se alcança o chamado “flow state” – quando qualquer outra coisa fica em segundo plano e a atividade se torna o centro da atenção. No escritório pode ser muito difícil alcançar esse nível de produtividade, já que a todo momento surgem reuniões, e-mails com alta prioridade, pedidos de ajuda de colegas, etc. E a partir do momento em que se perde o foco, leva um certo tempo para retomar a concentração e voltar ao “flow state”.
Produtividade é planejamento
Planejar ainda é mais valioso do que trabalhar em excesso. Saber como está a produtividade nas horas de trabalho, o que precisa ser entregue e os respectivos prazos. Só assim um funcionário também poderá ajudar colegas e empresa a serem produtivos.
Atualmente há muitas metodologias e ferramentas que ajudam no aumento da produtividade e do foco: estude e capacite sua equipe.